sexta-feira, 19 de março de 2010

Algo sobre ilusões

10 de Junho, 08:30. Foi quando ele ouviu os primeiros ruidos do seu despertador.
Em um dia normal, ele acordaria assustado, saltaria da cama à procura do aparelho barulhento, que lhe tirava o sono, literalmente.
Mas hoje não seria mais um dia como todos os outros.
Ele estava decidido acabar de vez com a sua vida.
Não mais se perguntava se tinha realmente motivos pra continuar vivendo aquilo. Ele sabia que não tinha.
Ele nem se quer pensava se seria uma forma de ingratidão para com o Deus que sua familia sempre o fez acreditar que existira, pois
agora ele tinha duvidas se Ele realmente existia.
Não sabia mais se tudo aquilo que ele passou a vida toda julgando ser o certo, era realmente o certo. Pensava ter perdido tempo.
Acreditava que havia perdido tudo, quando a mulher que julgava ser a mulher de sua vida tivesse o deixado em busca de uma vida melhor.
Agora, ele acreditava que sua vida toda havia sido apenas uma ilusão.
Mas na verdade, ele não perdera a mulher de sua vida, Ela não era a mulher de sua vida. Ela tampouco existia.
Era sim, uma ilusão. Existia apenas ali, em sua imaginação.
E que imaginação brilhante.
Este homem conseguiu fantasiar uma vida inteira. Conseguiu fantasiar um proposito.
Porem, quando tudo o que você vive é uma ilusão, se corre o risco de algum dia acordar para a vida, e ver que você vive sem nenhum
propósito.
E naquele dia 10 de Junho, exatamente às 08:30, aquele homem que acordou com o barulho de seu despertador, descobriu que vivia
por um proposito que não existira, esse tempo todo.
Mas ao inves de vestir suas roupas e procurar por esse proposito, ele decidiu que seria mais facil acabar de vez com isso.
Sabendo que não viveria mais em suas ilusões, ele decidiu não mais viver.

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